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CCVF

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GRANDE AUDITÓRIO

SÁBADO 11 NOVEMBRO - 21H30

Mostly Other People Do the Killing – “Loafer’s Hollow”
Música

Fundada em 2003 pelo contrabaixista e compositor Moppa Elliott, a banda Mostly Other People Do the Killing tem vindo a afirmar-se progressivamente como um dos mais desafiantes projetos da cena jazzística contemporânea. Originalmente um quarteto, desta formação fez parte, desde o seu início, o multifacetado trompetista Peter Evans, que, no entanto, abandonou a banda em 2014. Esta mudança conduziu a uma reconversão do quarteto em septeto após a integração de quatro novos instrumentistas, entre os quais o Steve Bernstein, que fez parte dos Lounge Lizards, a banda seminal de John Lurie cuja abordagem pós-moderna do jazz constitui uma das grandes inspirações da banda nova-iorquina, que se apresenta pela primeira vez em Portugal neste seu novo formato.

Moppa Elliott conheceu Peter Evans no Oberlin Conservatory of Music, onde ambos estudaram, e, após a sua mudança para Nova Iorque, fundou, com o saxofonista Jon Irabagon e o baterista Kevin Shea, para além do já mencionado Peter Evans, os Mostly Other People Do the Killing, banda concebida como um veículo de expressão do ímpeto composicional do contrabaixista. A linguagem musical deste projeto situa-se algures entre o cânone clássico do jazz (swing e bebop) e a improvisação livre, aventurando-se pontualmente por territórios próximos do perímetro do rock experimental e da música de câmara. As composições de Moppa Elliott constituem o núcleo central do grupo, mas esse trabalho composicional é complementado por ocasionais e idiossincráticas revisitações do passado do jazz, das quais são exemplos os álbuns de versões da música de Art Blakey ou Ornette Coleman. O caso mais extremo deste regime de citação pós-moderna da história é a recriação, nota por nota, do mítico álbum de Miles Davis, Kind of Blue, uma proposta concetual que gerou reações inflamadas por parte de alguma crítica musical mais conservadora e que espoletou um debate sobre a questão sobre os limites e as potencialidades criativas da réplica e da imitação enquanto estratégia artística. À semelhança do remake de Psycho, de Hitchcock, da autoria do cineasta contemporâneo Gus van Sant, o projeto Blue dos Mostly Other People Do the Killing propõe uma reflexão em torno do exercício de remontagem narrativa da história, ao mesmo tempo que identifica, tal como Orson Welles em F for Fake, o artista com um falsário e um imitador. Gestos de desafio como estes, declinados numa atitude de questionamento crítico do significado da música no contexto da contemporaneidade, da pertinência da influência e da interpretação, constituem uma linha condutora de atuação de uma banda que assume uma filiação numa corrente estética pós-modernista, não apenas em termos estritamente musicais, mas também ao nível da ressonância narrativa e discursiva do som.

No Guimarães Jazz, os Mostly Other People Do the Killing, coletivo de instrumentistas sofisticados e de notáveis recursos técnicos, formado pelos já mencionados Moppa Elliott, Jon Irabagon, Kevin Shea e Steven Bernstein e pelo pianista Ron Stabinsky, o guitarrista Brandon Seabrook e o trombonista Dave Taylor, irão apresentar o seu mais recente álbum, Loafer’s Hollow, editado em fevereiro deste ano. Neste trabalho, Moppa Elliott, o compositor principal da banda nova-iorquina, prossegue a sua exploração de uma música simultaneamente angular e fluida, composta de sistemas multi-referenciais, inspirados nas técnicas literárias dos escritores a quem algumas das peças são dedicadas (entre eles, Thomas Pynchon e David Foster Wallace), usando-os de modo a permitir uma livre digressão por diversos idiomas e estilos jazzísticos sem que a música não soe nunca formulaica ou formalista, mas antes inovadora e desafiante.

15,00 eur / 12,50 eur c/d

Moppa Elliott, contrabaixo
Steven Bernstein, trompete, slide trompete
Dave Taylor, trombone, trombone baixo
Jon Irabagon, saxofones tenor e soprano
Ron Stabinsky, piano, sintetizador
Brandon Seabrook, guitarra, banjo, eletrónicas
Kevin Shea, bateria