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CIAJG

SALA 1

José de Guimarães  Alfabeto Africano

Exposições

TODAS AS IDADES

O alfabeto de desenhos de José de Guimarães em diálogo com a tradição de provérbios dos povos de Cabinda.

Entre 1970 e 1974, José de Guimarães reelaborou o seu desenho, produzindo um alfabeto influenciado pela linguagem ideográfica da tradição de panelas do território correspondente ao antigo e influente reino de Ngoyo (XV-XIX), atual sul de Cabinda, noroeste de Angola. Essa linguagem não era apenas visual ou decorativa, comunicava mensagens, provérbios, significados, ideias. E surgia esculpida em tampas de objetos domésticos, panelas e terrinas, aqui apresentadas em imagens projetadas.


O Alfabeto Africano de José Guimarães, um projeto de “osmose” da arte europeia e africana, reforça a importância do símbolo como elemento mediador entre a arte e todas as outras dimensões da existência humana, compreendendo o seu papel na transmissão cultural. As tampas de panelas contam provérbios, ficções e revelam uma grande riqueza metafórica dos Ngoyo.


Introduzir este vocabulário na sala dedicada à “origem” da poética de José de Guimarães, assinala a relação da arte europeia com a escultura africana, articulando fetichismo, apropriação e experimentação poética. Permite religar o acervo do museu a tradições ativas do território africano. Projetados em imagens, os relevos dos utensílios africanos assombram e iluminam o alfabeto de José de Guimarães.



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José de Guimarães (Guimarães, 1939) vive e trabalha, desde 1995, entre Lisboa e Paris. Se a primeira década de produção artística se baseia nos contatos com África, nos mais de cinquenta anos de trabalho encontram-se séries completas dedicadas às culturas chinesa e japonesa, à arte de Rubens, à literatura de Camões ou à concepção particular da morte no México. Nos últimos anos, o trabalho de José de Guimarães reflecte uma vocação de formas e figuras tendencialmente cosmopolita, sobretudo com trabalhos em caixas de madeira, que propõem um exterior de austeridade contrastante com a encenação do seu espaço interior, tratado com traços luminosos, pintura, colagens e objectos desviados do sentido que lhes é conferido pela sua função tradicional.


Tendo realizado numerosas exposições em vários países, e, para além de exposições antológicas anteriores realizadas em Bruxelas no Palais des Beaux-Arts (1984), no Museu de Arte Moderna (Cidade do México, 1987), na Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, e na Fundação Serralves, Porto (1992), na última década, viu serem-lhe dedicadas exposições antológicas ou retrospectivas em Portugal (Cordoaria Nacional, Lisboa, 2001 e Fundação Carmona e Costa, Lisboa, 2012), na Alemanha (Museu Würth, Künzelsau, 2001), em Tóquio (Hillside Fórum, 2002), na Suíça (Art Fórum Würth, Arlesheim e Chur, 2003), no Brasil (Fundação Cultural FIESP, 2005 e Museu Afro Brasil, 2006, São Paulo), Espanha (Fundação Caixanova, 2003, e Museu Würth La Rioja, 2008), Luanda (Centro Cultural Português, 2009), em Itália (Art Fórum Würth, Roma, 2010), em Bruxelas (Espace Européen pour la Sculpture, 2007 e Parlamento Europeu, 2012) e na China (Museu Yan Huang, Pequim, 1994, Today Art Museum, Pequim, 2007, Suzhou Jinji Lake Art Museum, Suzhou, 2012 e Museu de Arte da província de Shaanxi em Xian, 2013).


Em 2012, é eleito Presidente da Sociedade Nacional de Belas Artes. No Centro Internacional das Artes José de Guimarães, em Guimarães, participou em numerosas exposições e remontagens das coleções, pertença do artista, e que aí se depositam em comodato. Entre 2016 e 2018 participou de várias exposições destacando-se “Esconjurações na Coleção Millennium bcp e noutras obras de José de Guimarães”, na Galeria Millennium, em Lisboa, “Portugal Portugueses - Arte Contemporânea” no Museu Afro-Brasil, em São Paulo, e “L’Internationale des Visionaires”, comissariada por Jean-Hubert Martin, em Montolieu, França, Em 2019, inaugurou no Musée Würth Erstein France a exposição retrospectiva “José de Guimarães - De L’Artiste à L’Anthropologue”. Em Lisboa, inaugurou, na Biblioteca Nacional “A Volta ao Mundo”, retrospetiva da obra gráfica, tendo sido editado um catálogo “raisonné” da obra gráfica (1963-2019). Recebe o Prémio Consagração de Carreira da Sociedade Portuguesa de Autores. Inaugurou em Shanghai dois conjuntos de arte pública intitulados “Gates” e “Cylinder Building”. Em 2020, inaugurou no Würth Haus Rorschach, Suíça, a exposição “José de Guimarães, Von Künstler zum Anthropologen”, e “Dioramas”, na Ermida de Nossa Senhora da Conceição, em Lisboa. Recentemente, realizou uma nova série de serigrafias “Desenhos na Areia” para o Centro Português de Serigrafia, Lisboa.


O seu trabalho, representado nas mais relevantes colecções institucionais em Portugal e um pouco por todo o mundo, com especial incidência no Japão e Alemanha. A sua obra propõe cruzamentos com a arte de civilizações não ocidentais - africana, chinesa e meso-americana – numa busca incessante de relações não verbais, a que não é estranha a atividade de colecionador a que se vem dedicando há várias décadas.