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INAUGURAÇÃO • SÁBADO 25 MARÇO, 18H00
Eduardo Matos • Fabriqueta
TODAS AS IDADES
Evento
“Fabriqueta”, exposição individual do artista visual Eduardo Matos, cria e opera uma pequena construção que, através de uma instalação composta por objetos, desenhos, performances e oficinas comunitárias, ativa o piso inferior do CIAJG. Centrais à revolução que trespassou paisagens e tornou campos em fábricas, as fabriquetas, pequenos locais de produção familiar, quase sempre incompletos, são reveladoras de suas lógicas e processos contingentes. Onde a produção do Ave e do Minho se viu pujante, restam, por entre lugares maiores, inúmeros destes sítios oficinais, rústicos e inacabados. Na modéstia dos seus modos, formas e matérias, vão laborando à medida do útil, estendem-se no espaço cá fora, e dentro escondem aquilo ao que se dedicam.
O corpo de trabalho de Eduardo Matos tem dimensão arqueológica, a escavação, a recolha e a mostra de vestígios dos lugares que observa é instalada com acurada criação de desenhos, objetos e elementos correntes compostos em engenhosas instalações. A preocupação com o trabalho, a política, a economia e a vida cívica levaram, também, o artista a envolver-se com a organização das próprias condições de trabalho, a criar espaços de produção e de exibição em locais que, como as fabriquetas, oferecem alternativas à produção e resistem à padronização.
A fabriqueta é um fóssil humano que passou a integrar a paisagem, a par dos milenares penedos e das centenárias habitações de granito. Aquela que observou e nos detalha é concreta, indício dos pequenos agregados entre o mundo rural, a vida doméstica e as encomendas internacionais. A instalação artística, como um para-diorama, repõe e integra o lugar onde os achados estão dispostos: grade, janela, poço, poste, banco. Os seus blocos de cimento estendem-se pelo terreno e enraízam-se com as videiras, as silvas e os pneus, remetendo para um tempo anterior que aparenta ser rural. Exibe também a potência artesanal de ir fabricando o que for necessário.
Superando o olhar nostálgico com que compôs, também em Guimarães (2012), uma paisagem bucólica e inerte sobre as águas e as margens do Ave, aqui envolve-se com a vida, o corpo, a voz e o movimento. Ao longo do ano de 2023, Eduardo Matos e Max Fernandes, também artista visual, criam e apresentam um conjunto de performances comunitárias com trabalhadores e adolescentes, produzindo novos sentidos, imaginários e artefactos através desta fabriqueta. O programa público amplia-a e convida à participação das comunidades.
Curadoria Inês Moreira
Inauguração da exposição 25 março, 17h00
Exposição patente até 3 setembro
Programa de inaugurações
Palácio Vila Flor
16h00
Inauguração da exposição “A prática do infinito pela leitura”, com os artistas Catarina Domingues e Ricardo Ribeiro
Leitura encenada por António Poppe
Entrada gratuita, até ao limite da lotação disponível
Todas as idades
CIAJG
18h00
Inauguração da exposição “Artur Barrio / Interminável”, com o artista Artur Barrio e os curadores Luiz Camillo Osorio e Marta Mestre
Inauguração da exposição “Fabriqueta”, com o artista Eduardo Matos e a curadora Inês Moreira
Entrada gratuita, até ao limite da lotação disponível
Todas as idades
19h00
“Shedding an iron skin”, performance-música por Deputada (Francisca Marques)
Entrada gratuita, até ao limite da lotação disponível
Maiores de 6